segunda-feira, 25 de março de 2013

March 881

Hoje falo de um bólido, feito por uma equipe pequena, desenhado por um lendário projetista, e que numa era de motores Turbo, foi um dos melhores chassis com motor aspirado daquele ano, dando a Ivan Capelli a sua melhor temporada da sua vida. E tudo isso em um ano em que os McLaren ganharam 15 das 16 corridas disputadas na temporada.


Mauricio Gugelmin com o March 881


Ivan Capelli com o March 881


Estamos em 1988. A FIA decidiu que no final desse ano, os motores turbo iriam ser abolidos a favor de motores aspirados, que começavam a voltar em força no atual pelotão da Formula 1. A March, que tinha voltado à Formula 1 no ano anterior, com um chassis único para o italiano Ivan Capelli, decidiu correr com um segundo carro em 1988, com motores Judd, com o brasileiro Mauricio Gugelmin.

O chassis 881 era uma evolução do modelo 871, que correu no ano anterior, onde fez um resultado razoável. Quem o desenhou foi um homem que iria no futuro se tornar num dos melhores desenhadores da atualidade: Adrian Newey. desenvolvido em túnel de vento, tornou-se em um chassis simples, mas eficaz, e isso se refletiu nos resultados.


Equipe March com os modelos 881 em Mônaco

Após um inicio titubeante, os primeiros bons resultados começaram a aparecer no Canadá, onde Capelli chegou à quinta posição. Em Silverstone, foi a vez de Mauricio Gugelmin levar o carro à quarta posição final. A medida que a temporada avança, os March melhoravam em termos de evolução, e em termos de resultados. Muitas das vezes, os carros eram os melhores com motor aspirado. Em Spa-Francochamps dá-se o primeiro grande momento da March: o italiano Ivan Capelli faz uma grande corrida de recuperação, do 14º posto, até ao terceiro lugar, a primeira vez desde 1976 que um March subia ao pódio, e o primeiro pódio do simpático piloto italiano.

No Estoril acontece o segundo e maior momento da equipe nesse ano: nos treinos, Capelli leva o seu carro azul à terceira posição da grelha de partida, e na corrida, consegue levar o carro à segunda posição final, somente batido pelo McLaren de Alain Prost. É o segundo pódio do ano. Algumas corridas mais tarde, no Japão, acontece o terceiro momento alto do ano: partindo da quarta posição da largada, o carro chega na volta 15 a liderar um Grande Premio de Fórmula 1. Era a primeira vez em quatro anos que um carro atmosférico liderava! Infelizmente, a coisa durou apenas 200 metros, e quatro voltas depois, Capelli desistia.

No final da época, a March ficava na sétima posição no campeonato mundial, com 22 pontos e dois pódios. Todos estavam felizes com a temporada que passou e tinham grandes esperanças para a temporada seguinte. Mas em 1989, as coisas seriam completamente diferentes...


Carro: March 881
Projetista: Adrian Newey
Motor: Judd V8 atmosférico de 3,5 litros
Pilotos: Ivan Capelli e Mauricio Gugelmin
Corridas: 16
Vitórias:0
Poles:0
Voltas Mais Rápidas:0
Pontos: 22 (Capelli 17, Gugelmin 5)

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