Alessandro Nannini |
CARREIRA
Nannini iniciou a carreira no motocross, passando para provas de rali, ainda no final dos anos 70. Em 1981 venceu o campeonato italiano de Fórmula Itália. Em 1982 ingressou a Fórmula 2 pela equipe Minardi, num relacionamento que o levaria à Fórmula 1 quatro anos depois. Ainda em 82 disputou corridas com carros esporte, vencendo algumas provas - liderou boa parte das 24 Horas de Le Mans formando dupla com Martin Wollek.
CHEGADA A FÓRMULA 1
Quando a Minardi iniciou seu projeto para a Fórmula 1, Nannini foi rapidamente contratado para fazer dupla com o compatriota Andrea De Cesaris, um piloto reconhecidamente rápido e experiente em 1986. Apesar do equipamento frágil (Nannini só completou uma prova em seu ano de estreia), o piloto mostrou-se tão competente quanto seu companheiro de equipe, ao menos nas sessões de classificação. Alessandro permaneceu na equipe em 1987, e apesar das frequentes quebras, foi capaz de posicionar seu carro no pelotão intermediário do grid em quase todas as corridas. Mas o próprio Nannini foi um dos test-drivers da equipe Toleman, em 1985.
Alessandro Nannini correndo com a equipe Minardi na Fórmula-1. |
Aqui também com a Minardi na temporada de 1987. |
Seu desempenho chamou a atenção da equipe Benetton, que estava embalada por 2 anos de grande sucesso e pronta para figurar entre as principais equipes, contratou Nannini. No campeonato de 1988, Nannini subiu ao pódio por duas vezes. Em 1989, um acidente com Emanuele Pirro, seu companheiro e compatriota de equipe, no GP da Alemanha o colocou como o principal piloto da escuderia. Nannini obteve resultados expressivos, mas seu grande momento foi no Japão. Enquanto detinha a 3ª posição, os líderes Ayrton Senna e Alain Prost envolveram-se em um acidente, deixando a liderança para o italiano. Senna ainda voltaria à pista e recuperaria a liderança, mas seria desclassificado por cortar a chicane, dando assim a primeira e única vitória da carreira do italiano na Fórmula 1.
Alessandro Nannini é contratado pela equipe Benetton. |
DESEMPENHO EM 1990
Em 1990, Nannini tinha tudo para realizar um grande campeonato com a contratação do tricampeão Nelson Piquet como companheiro de equipe. Com o piloto brasileiro, Nannini vinha se aperfeiçoando no desenvolvimento do carro. Naquele ano, o italiano obteve resultados regulares, incluindo três pódios: 2º na Alemanha e 3º em San Marino e na Espanha. Porém, pouco depois do Grand Prixespanhol, ele sofreu um acidente de helicóptero, em que teve seu braço direito comprometido.
ACIDENTE DE HELICÓPTERO
A notícia do acidente de Nannini pegou o mundo do automobilismo de surpresa na tarde do dia 13 de outubro de 1990, domingo imediatamente anterior ao GP do Japão. O paddock já vinha acompanhando, com enorme apreensão, a árdua e complicada recuperação de Martin Donnelly, que havia sofrido um violentíssimo acidente em Jerez duas semanas antes. O clima pesou. Era triste demais ver que as carreiras de dois promissores pilotos corriam sério risco.
Naquele domingo, Alessandro Nannini estava em folga lá na Itália, se divertindo com seu novo e suntuoso helicóptero Ecureuil. Orgulhoso de seu brinquedinho, ele voou até a chácara de seus pais para apresenta-lo. Apesar de possuir brevê, não era Nannini quem o pilotava, mas um piloto profissional. O voo até a chácara foi tranquilo e o helicóptero deveria pousar em um descampado próximo à casa.
Em um primeiro instante, tudo correu bem e o helicóptero começou a pousar. De repente, ele se desequilibrou e o piloto tentou recuperar o controle fazendo uma manobra de subida. Não funcionou e o helicóptero acabou caindo de traseira com tanta força que Nannini, seus dois amigos que o acompanhavam e o piloto foram arremessados para fora. Alessandro foi o que deu mais azar: acabou caindo sobre um dos rotores, que decepou metade de seu braço direito.
Ecureuil, o modelo do helicóptero acidentado. |
Poucos instantes após a queda, os pais de Alessandro Nannini apareceram assustadíssimos e presenciaram seu filho no chão, consciente mas agonizante de dor e empapado de sangue. Aquele pedaço disforme do braço direito estava a alguns metros dali. O pai Danilo improvisou um torniquete amarrando um cinto naquilo que restou do braço de Nannini de modo a estancar o sangue. Enquanto isso, recolhiam o braço decepado para tentar recuperá-lo no hospital.
Nannini foi levado às pressas ao Hospital de Careggi, na Florença. Os médicos iniciaram um procedimento de reconstrução do braço direito que durou nada menos que dez horas, entre seis da tarde do dia 13 e quatro da manhã do dia 14. A cirurgia foi bem-sucedida e o braço pôde se reimplantado com todos os seus sistemas de vasos, músculos e nervos. Restava saber, agora, se suas funções poderiam ser recuperadas.
Mesmo que fossem, era consenso geral entre os médicos que Nannini dificilmente voltaria a competir no automobilismo. O prognóstico mais otimista previa que Alessandro poderia, no máximo, dirigir cautelosamente um carro de rua. Então, restava a ele esperar pra ver o que acontecia. Seis meses depois, em entrevista ao New York Times, o ex-piloto revelou que os nervos de seu braço cresciam em um milímetro por dia, mas ainda não era possível ter qualquer sensibilidade abaixo do cotovelo.
A recuperação foi demorada e complicada, mas bastante frutífera. Nannini ainda passou por mais duas cirurgias para recuperar a movimentação e fez sucessivas sessões semanais de fisioterapia com Willy Dingl, médico que cuidou de Niki Lauda após seu acidente em Nürburgring. Os resultados foram encorajadores: os músculos foram ressuscitados e a sensibilidade das partes inferiores do braço e da mão gradativamente aumentava. Não daria pra voltar a correr profissionalmente na Fórmula 1, mas qualquer outra coisa se tornava possível.
RETOMADA DA CARREIRA
Nannini se recuperou do acidente e voltou às pistas em 1992, pilotando um Alfa Romeo no Campeonato Italiano de Super turismo, vencendo três provas. Em 1993 ingressou no DTM (o Campeonato Alemão de Turismo, então a categoria máxima das corridas de turismo). O estilo de pilotagem exigia demais do braço danificado do italiano, e um sistema de câmbio semi-automático foi criado para seu carro. No ano seguinte, venceu 4 provas. Em 1995 o Campeonato Internacional de Turismo substituiu o DTM em importância, e Nannini continuou correndo para a Alfa Romeo. Em 1996, aos 37 anos, venceu sete provas, terminando o campeonato em terceiro.
Nannini pilotando um Alfa 155 em Monza, 1992 |
O FIM DA CARREIRA
Em 1997, com o fim do I.T.C., Nannini mudou-se para o Campeonato Mundial de Grand Turismo, correndo pela Mercedes, e no mesmo ano ano venceu sua última prova como piloto profissional no mesmo circuito de Suzuka, onde vencera sua única prova na Fórmula 1. Em 1998, Alessandro, aos 39 anos, anunciou sua aposentadoria.
Excelente texto. Muito obrigado pelas informacoes.
ResponderExcluirQuwrendo conheca meus blogs: www.championshipf1master.blogspot.com
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Abracos.
Olá amigo Claudio, tudo bem ???
ResponderExcluirObrigado pela visita em meu blog. Com certeza visitarei o seu também.
Abraços;
Douglas (Dougléts), adm do blog.