Carro clássico da equipe Honda de F-1. |
Carro da equipe Honda de 2006 |
A Honda anunciou que voltará à Fórmula 1 em 2015 como fornecedora de motores da McLaren, revivendo uma das parcerias mais bem sucedidas da história do automobilismo. Antes da McLaren, a Honda também teve uma parceria vencedora com a Williams, a primeira grande equipe a utilizar estes propulsores japoneses.
A presença da Honda na Fórmula 1, contudo, tem uma origem mais garagista e uma trajetória fascinante. Vamos recapitular esta história.
O início: Honda Racing Company — 1964 a 1968
Nascida como fabricante de motocicletas, a Honda formou sua equipe de Fórmula 1 em 1964, apenas um ano depois do lançamento de seu primeiro carro, o S500. A equipe era completamente japonesa, com exceção da dupla de pilotos, os americanos Ronnie Bucknum e Richie Ginther.
Os novatos japoneses surpreenderam por terem construído seus próprios motores e chassis, algo que só a Ferrari e a BRM haviam feito até então, especialmente em uma época na qual o Japão ainda não tinha o status tecnológico atual. O RA271 tinha um V12 transversal e foi o primeiro carro japonês de Fórmula 1. O primeiro pódio veio na temporada seguinte, no GP do México de 1965 vencido por Richie Ginther.
Richie Ginther vence o GP do México de 65 a bordo do carro da Honda Racing. |
A equipe, contudo, só voltaria ao topo em 1967, quando John Surtees venceu o GP da Itália a bordo do RA301, apelidado de “Hondola” pela imprensa devido ao chassi desenvolvido pela Lola.
Os anos de ouro — 1983 a 1992
Em 1983 a Honda voltou à Fórmula 1 como fornecedora de motores, incialmente para a pequena Spirit, e na última etapada do campeonato para a Williams, que abandonou o Cosworth DFV aspirado em favor do Honda V6 turbo.
Na temporada seguinte a Williams tornou-se a única equipe a usar os motores Honda. Keke Rosberg venceu o GP de Dallas e conquistou a primeira das 40 vitórias dos motores Honda na era turbo.
Em três anos os motores Honda já haviam se tornado os mais confiáveis e econômicos do grid. Ainda equipando os carros da Williams eles fomentaram o duelo entre Nigel Mansell e Nelson Piquet e levaram a equipe ao título mundial de construtores.
A Honda forneceu seus motores para equipe Willians. |
Em 1987 a Honda passou a fornecer motores para a Lotus, que tinha Ayrton Senna como principal piloto. Foi o início da relação entre Senna e os japoneses da Honda que, dizem, ter sido fundamental para a parceria com a McLaren no ano seguinte. Com o novo motor Senna ficou em terceiro lugar no campeonato de pilotos.
Honda também fornece motores para equipe Lotus onde corria Ayrton Senna. |
O duelo entre Mansell e Piquet se repetiu em 1987, com vantagem para o brasileiro. A Williams conquistou seu segundo título de construtores, Piquet faturou seu tri-campeonato.
Em 1987, a Willians conquista seu segundo título de construtores com motores Honda. |
Com o sucesso dos Williams-Honda e o fracasso dos motores TAG-Porsche, a McLaren passou a usar os motores Honda em 1988. Junto com os motores veio Ayrton Senna, que enfim conseguiu a combinação ideal de chassi (MP4/4) e motor (RA168) e ganhou seu primeiro título mundial. O McLaren MP4/4 usava como base um antigo projeto de Gordon Murray feito ainda na Brabham. Com uma linha mais baixa na porção traseira para reduzir o arrasto aerodinâmico, o carro era brilhante no papel, mas só funcionou com a chegada dos motores V6 de 80º da Honda, que mantinham o centro de gravidade mais baixo. Venceu 15 das 16 corridas da temporada e o campeonato de construtores.
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